Visivelmente
abalado pelo protesto que adiou o início da entrevista coletiva em
Zurique, Joseph Blatter tentou recuperar a compostura ao discursar para os
jornalistas na abertura da conferência. Afirmou que tal atitude nada tem a ver
com o futebol e começou o seu pronunciamento nitidamente tenso, isso depois de
se retirar da sala por alguns minutos até que as notas atiradas pelo invasor
fossem recolhidas pelos funcionários. Passada a tensão inicial, ele garantiu
que não será candidato na próxima eleição, marcada para o dia 26 de fevereiro de 2016, mas afirmou que
continuará no cargo até lá. Blatter afirmou que sua missão em seus meses
restantes à frente da Fifa é conduzir as reformas que estão em andamento, entre
elas uma verificação centralizada de integridade dos membros do Comitê
Executivo, que será feita pelo Comitê de Ética, e a revelação de todos os
pagamentos feitos pela Fifa a eles, e também ao próprio presidente.
Colaborando
O suíço afirmou estar colaborando com as investigações conduzidas em seu país e nos Estados Unidos e, dessa forma, o diretor de comunicação da Fifa, Nicolas Maingot, antecipou que ele não responderia a certas questões por ser "inapropriado". Blatter insistiu que sua principal missão é fazer com que a Fifa recupere a sua reputação.- Estou feliz por falar com vocês aqui, porque isso me dá a impressão de que ainda estou vivo.
Tsunami
Após a tsunami que nos atingiu no dia 27 de maio,
parecia que as ondas me levaram, mas não. Ainda estou aqui. Ainda sou o
presidente da Fifa e hoje falo com vocês como o presidente reeleito - afirmou
Blatter. Questionado repetidamente sobre sua participação no próximo
pleito, Blatter teve de reiterar diversas vezes que não seria candidato:
Não serei candidato
- Já me perguntaram. Como disse antes, não serei
candidato na eleição de 2016. Haverá novas eleições para um novo presidente.
Não posso ser o novo presidente, pois sou o antigo presidente. Não tão velho,
mas velho - brincou. Com oito meses restantes no cargo, Blatter afirmou que
pretende supervisionar a organização da eleição. - Ainda sou o presidente
eleito e vou usar meu mandato com responsabilidade. Minha missão é me
certificar de que no fim de fevereiro eu chegue ao fim da minha carreira e
possa dizer que a Fifa começou novamente a se reformar e reconstruir sua
reputação. Isso é importante para mim - garantiu.
Invasão
Lamento pelo atraso, pois houve itens importantes
para discutir e levou mais tempo do que previmos. Em segundo, lamento o que
aconteceu na minha entrada aqui. A minha mãe diria, É apenas falta de educação.
Você nunca sabe quais são os limites no futebol.
Processo eleitoral e Platini
O
comitê executivo decidiu hoje que o processo eleitoral começará hoje. Desejo a
todos os candidatos sucesso, e também a Michel Platini. No dia 26 de fevreiro,
a Fifa terá um novo presidente. Eu acho que vou voltar para o meu trabalho, um
pouco o meu hobby, como jornalista. Mas desta vez vou para o rádio, que é o
mais popular na informação, é 24 horas, e todos podem ouvir em qualquer lugar.
Se me perguntar o que quero fazer, é isso. É mais fácil falar do que
escrever.
Ausência
de Del Nero
Você
sabe que os membros do comitê são convidados a participar. Não há o contingente
total, mas se um presidente decidiu não vir, é problema dele. Não há influência
nas decisões tomadas pelo comitê por conta da ausência de um membro.
Restante
do mandato
Nesse
momento, quando estou fazendo os últimos meses do meu mandato, é muito importante
mostrar que faremos essas reformas até fevereiro. Isso é de fato, para mim,
nesses 40 anos, não apenas dizer adeus sem ter realizado algo bom.
Fonte:
Claudia
Garcia e Vicente Seda - Zurique,
Suíça
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