AMC quer debater com a Imprensa e Sociedade ações para tornar a Justiça mais ágil e efetiva

A nova diretoria da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) quer iniciar o segundo semestre de 2015 com um amplo trabalho de divulgação e esclarecimento junto à Imprensa e à Sociedade acerca da realidade do Poder Judiciário catarinense e nacional. Os Magistrados querem, ainda, mostrar o ponto de vista da Classe sobre as razões que dificultam a Justiça de ser mais ágil e efetiva em relação aos processos judiciais.
Inicialmente, a AMC pretende visitar veículos de comunicação do Estado, com o objetivo de apresentar dados estatísticos sobre o número de processos que tramitam no Judiciário de Santa Catarina e a produtividade dos Juízes (cujos índices estão entre os maiores do País); dialogar com os Jornalistas sobre o tema; e convidá-los a participar dos eventos que serão promovidos pela Instituição sobre assuntos do universo jurídico e que interessam diretamente à Sociedade.
A iniciativa reforça o compromisso e a preocupação da Entidade com o constante aprimoramento dos serviços prestados por Magistrados aos Cidadãos que buscam no Poder Judiciário a solução para os seus conflitos. Isto porque é cada vez maior o número de processos que ingressam na Justiça, e que se somam ao significativo número de quase 2.600.000 (dois milhões e seiscentos mil) feitos em andamento na Justiça estadual.
“Hoje se assiste ao resultado do “alargamento” das portas no que tange ao acesso à Justiça, mediante disseminação das boas iniciativas como Casas da Cidadania, Fóruns Municipais, Postos de Atendimento e Conciliação, Juizados Especiais, e do estabelecimento do Poder Judiciário em 111 Comarcas, em autênticos órgãos de execução, além da natural difusão de direitos a uma Sociedade cada vez mais consciente, crítica e determinada. Em contrapartida, em função do aumento da procura, o desafio é traduzir a expectativa em resultados concretos, para se sair do Sistema de Justiça com o direito pretendido e em tempo que se mostre razoável. A Magistratura está a cumprir o seu relevante papel, mesmo diante das dificuldades que se apresentam cotidianamente”, destaca o Presidente da AMC, Juiz Odson Cardoso Filho.
Só neste ano, ingressaram na Justiça catarinense 527.582 processos, sendo que no mesmo período foram julgados 446.984.
Como parte do levantamento, tem-se constatado que certos setores, tanto públicos quanto privados, incluindo órgãos governamentais, bancos, operadoras de telefonia, entre outras, têm utilizado a Justiça de forma predatória, ignorando direitos básicos do Cidadão, valendo-se, via de regra, do excesso de recursos e impugnações judiciais.
Campanha e eventos
Atenta a esta nova realidade, a AMC divulgará aqui no Estado a campanha “Não deixe o Judiciário parar”, que será lançada no dia 11 de agosto, em Brasília, pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Lá serão apresentados números referentes aos maiores “clientes” da Justiça em 11 Estados brasileiros, entre eles, Santa Catarina.
Outros dois eventos também integram a agenda da AMC. A Escola Superior da Magistratura do Estado de Santa Catarina (ESMESC), em parceria com a Academia Judicial do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina e a Escola Superior da Advocacia (ESA/OAB-SC), promove, nos dias 6 e 7 de agosto, na Associação Catarinense de Medicina (ACM), em Florianópolis, a "Conferência Estadual sobre a Reforma do CPC – Código de Processo Civil". O objetivo da Conferência, com temas relevantes e atuais, é oferecer aperfeiçoamento na sistemática proposta com a implementação do novel diploma processual.
O evento tem a coordenação científica dos Desembargadores Pedro Manoel Abreu, Sônia Maria Schmitz e Paulo Henrique Moritz Martins da Silva; da Juíza Ana Cristina Borba Alves e do Advogado Eduardo de Avelar Lamy. As inscrições são limitadas e podem ser feitas até 5 de agosto no site da ESMESC (www.emesc.org.br).
O segundo evento, organizado pela AMC e ESMESC, será o I Simpósio de Direitos Humanos, a ser realizado no dia 22 de agosto, às 9h, no auditório da AMC, em Florianópolis. Estarão em pauta os seguintes temas: Sistema Interamericano de proteção dos Direitos Humanos e o Brasil: impacto e desafios; Audiência de Custódia; e Direitos Políticos e sua interpretação pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. O encontro contará com palestras de Flávia Piovesan, Doutora em Direito Constitucional (PUC/SP) e Procuradora do Estado de São Paulo; Jayme Weingartner Neto, Doutor em Instituições de Direito do Estado (PUC/RS) e Desembargador (TJRS); e Marcelo Ramos Peregrino Ferreira, Mestre em Direito (PUC/SP) e Advogado em Santa Catarina. Informações e inscrições (gratuitas):www.esmesc.org.br.

Fonte:Fabrício Severino

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