Coordenada
pelo casal Letiane e José Roberto Martins a Festa de Santa Ana e Divino
Espírito Santo 2015 de Vila Nova, em Imbituba, foi encerrada neste domingo 26
de julho. Sábado, 25, foi realizada a transladação e missa presidida pelo padre
Marcos Herdt, animada pela equipe de cantores Nova Canção. A solene
transladação com as bandeiras do Divino Espírito Santo e a Corte Imperial.
Neste
domingo, 26, foi realizada a missa festiva presidida pelo padre Pedro Paulo das
Neves e animada pela Associação Coral Santa Ana, de Vila Nova, com a procissão
festiva da bandeira do Divino Espírito Santo. A festa foi encerrada às 16h com
novena dirigida pela Ministra da Palavra Albertina Martins com animação do Grupo
de canto Novo Tom.
Iniciada
no dia 18 de julho com missa de abertura presidida pelo padre Pedro Paulo das
Neves e animada pela equipe Luz de Deus. A semana de festa foi realizada com
celebrações no domingo dia 19, dirigida pelo seminarista Willian
Fernandes e animada pelo Grupo de Jovens. E quarta-feira dia 22, dirigida pelos
aspirantes ao diaconato Almir Martins e José Borges, animada pelos Cantores,
Amigos do Shalom.
Programação
social
Na
área social da Festa de Santa Ana e Divino Espírito Santo os festeiros
organizaram a seguinte programação, bingo na noite de abertura, sábado dia 18
de julho. Quinta-feira dia 23, Noite de Seresta, apresentada pelo radialista
Manoel de Oliveira Martins, sexta-feira 24, show da Banda Jayb’s. Sábado 25, show
com a banda The Claytons e domingo 26, dia dos avós, o tradicional almoço
festivo e o sorteio da rifa com cinco
prêmios e uma moto.
História
da festa de Vila Nova.
A
Festa em honra a Santa Ana e ao Divino Espírito Santo foi encerrada neste
domingo dia 26, em Vila Nova, Imbituba. No final do Século XVIII, já aconteciam
as Festas do Divino Espírito Santo e Santa Ana em Vila Nova que só alcançou
notícia, conhecimento e fama no século XIX que passou. Bem sabemos
que Vila Nova foi colonizada por açorianos já à partir de 1756, mas a Freguesia
de Mirim somente após 100 anos , cerca de 1850 foi colonizada à partir
dos açorianos de Vila Nova.
Voltando
à Festa do Divino Espírito Santo de Vila Nova, conforme documentos fotográficos
e escritos do nosso arquivo, podemos afirmar que foi à partir de 1804 que
os festejos alcançaram a dimensão e a riqueza de detalhes que têm hoje, tanto
Vila Nova quanto Mirim, posteriormente, com destaque para a primeira comunidade
que é mais antiga.
A
FESTA
Sendo
Vila Nova a mais antiga comunidade de fé do Sul do Estado, constante do livro
da Irmandade do Santíssimo Sacramento em Vila Nova, fundada por Alvará de Dom
João, Príncipe Regente em 1.804 ( cópia do Museu de Laguna em nosso poder),que
autorizava a vinda para o Sul de Santa Catarina ( precisamente para Vila Nova
em Imbituba do “ Santíssimo Sacramento do Altar”. Nessa época Vila Nova foi o
centro religioso do sul catarinense. Assim,
a Freguesia de Santa Ana de Vila Nova tratou logo de, também, organizar
aIrmandade do Divino Espírito Santo e, com ela, a Festa do Divino. A Festa do
Divino Espírito Santo de Vila Nova, como vem já acontecendo há muitos anos, é
marcada pelos seguintes acontecimentos em honra ao Divino:
ROTEIRO
Os festejos em honra ao Divino Espírito Santo de Vila Nova vão de abril (
com as cantorias da Bandeira do Divino) até o final de julho, culminando com a
Festa em Honra à Santa Ana no dia 26 de julho.
BANDEIRA PETITÓRIA
A
Bandeira do Divino Espírito Santo, também conhecida em Imbituba e região como a
Bandeira Petitória do Divino, tem a tripla finalidade de propagar a fé no
Divino Espírito Santo de Deus, anunciar a Festa do Divino em Julho em Vila
Nova, e arrecadar donativos em dinheiro para a Festa através das coletas na
salva sacolinha vermelha com a Pomba do Divino e ainda receber o pagamento de
promessas.
As Cantorias da Bandeira acontecem há dois séculos. Praticamente compõem-se de três
cantores principais, um “tirador de versos” com motivos repentistas, isto é,
versos da ocasião; um “fineiro” que canta de fino no final dos versos e o
cantor solo que faz segunda voz com o “ tripla”. Não deve faltar, e não falta,
nas cantorias da Bandeira de Vila Nova os seguintes instrumentos: “O tambor de
respostas”, especial para a cantoria da Bandeira; uma rabeca ou rebeca popular
de violino e uma viola de afinação baixa.
Foram
cantadores de Bandeira do Divino nos últimos 100 anos na Bandeira da Vila: À
partir de 1900 , o cantador e “chefe da Bandeira” – João Martins ( Seu
Joca) ; “ Seu Américo” ; “ Seu Lídio ”; “ Seu Manoel ( Dedé ) da Praia
Vermelha” e nos últimos 40 anos seu Francisco Martins ( Chico Martins) e
família. Os últimos grupos do
Divino de Vila Nova foram o Grupo Folclórico Estrela Guia da Família
Martins, e na última Festa de julho de 2.003, apresentou-se com cantorias do
Divino, o “Grupo Folclórico Cultura Açoriana” liderados pelo “ Romanceiro
Açoriano “ de Imbituba – o poeta e repentista Almir Martins juntamente
com os irmãos da Família Mello e Souza, Antonio, Evaldo e Otacílio.
A Bandeira do Divino de Vila Nova, percorre “
de casa em casa” levando a cantoria do Divino, percorrendo as 15 comunidades da
Paróquia de Imbituba, desde o sul, Itapirubá até o Norte, Ibiraquera. As
fitas que são colocadas na caminhada é o pagamento de promessas. Uma
das cantorias apresentadas pelo Grupo Cultura Açoriana A Bandeira do Divino que
percorre as casas durante o dia, à noite pede pousada em uma delas, que muitas
vezes, pagando “promessa”, dão pouso à Bandeira. Pela NoitPela noite
acontecem os “ terços cantados” com a Ladainha do Espírito Santo”, orações , e
terminam o encontro com a Cantoria da Bandeira. Após a cantoria da
Bandeira, acontecem as “ arrematações” de massas, bolos e prendas doados como
promessas ao Divino. O arrematador ( fazendo o leilão) vai gritando
o valor da última oferta e dizendo “ vale muito mais, e muito mais
vale)... até dar uma, duas, e três e entregar a prenda ao ganhador da “
arrematação”. A Ladainha cantada em Latím“ assassinado”, com palavras de
fé é tradição entre os preceiros e rezadores dos “Terços Cantados” das
novenas do Divino.
AS NOVENAS
Acontecem
nos nove dias antes do dia 26 de julho dia da Festa de Santa Ana de Vila Nova.
Antigamente, há uns 50 anos atrás, a Festa do Divino era em janeiro e a de
Santa Ana no seu dia. Entretanto, em 1953 ,resolveram unicar a Festa, e
celebrar juntos O Divino Espírito Santo e Santa Ana. São “as novenas”, nove encontros de
fé, que acontecem entre o dia 17 de julho e o dia 26, onde sob um tema
específico, principalmente os dons do Espírito Santo, o povo se reúne para
cantarem e rezarem em honra ao Divino e Santa Ana, recebendo os
paraninfos da Noite lembranças da Festa e fazendo ofertas ao Divino. Algumas
comunidades como o Mirim, tem celebrado nove missas em vez de fazerem as
novenas, quebrando com esta prática a verdadeira tradição da Festa.
A CORTE IMPERIAL
A
Corte Imperial é outra tradição mantida na Festa do Divino de Vila Nova, há
muitos anos. Embora na Festa do Divino da Vila Nova e nem no Mirim não é feito
fora da Igreja o Império do Divino como se vê nas Festas das Ilhas dos Açores,
principalmente nas Ilhas de São Miguel, Pico, Faial, Ilha Terceira e São Jorge.
A corte imperial é formada pelo Imperador, a Imperatriz e os Pajens de Honra e
as daminhas com ricas indumentárias . Existe no momento do Ofertório da Missa
festiva do Domingo a “ cerimônia da coroação” do Imperador e a entrega do cetro
Imperial á Imperatriz pelo padre celebrante da Missa. No momento do Ofertório,
a Cantoria da Bandeira também se faz presente com cantos repentistas em honra
ao Divino:
No Final da Missa, a Corte Imperial instalada no Alta da Igreja, deixa a Igreja e vai para o Salão de Festas acompanhada com a Cantoria do Divino. As Cores predominantes nas festas do Divino da Vila é o Vermelho e Branco. O Vermelho (fogo / fé/ amor) do Espírito Santo e o branco da Pomba do Divino (paz).
No Final da Missa, a Corte Imperial instalada no Alta da Igreja, deixa a Igreja e vai para o Salão de Festas acompanhada com a Cantoria do Divino. As Cores predominantes nas festas do Divino da Vila é o Vermelho e Branco. O Vermelho (fogo / fé/ amor) do Espírito Santo e o branco da Pomba do Divino (paz).
Agradecimento
Os casais primeiro festeiro, Letiane e José Roberto Martins e segundo festeiro Valéria e Rui Geraldo Rodrigues, agradecem a equipe de festeiro que pegou firme nos nove dias de festa, bem como aos padres, diáconos, ministros, equipes de canto, bandas e os responsáveis pelas atrações do salão paroquial, os proprietários das residências sedes da corte e o povo em geral que fizeram da festa 2015, um evento de muita fé e devoção a Santa Ana e ao Divino Espírito Santo. Que Deus os abençoe hoje e sempre.
Fonte:
Livro História de Santa Catarina – Cultura e Folclore. Autor: Almir Martins.
Romanceiro Açoriano. Fotos Padre Marcos Herdt - Cida Vichiett/divulgação.
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