Professora Amaline Mussi e o professor Osvaldo Della Giustina, um dos fundadores da Unisul. |
O lançamento do livro “Rio Tubarão – no curso d’alma”, na noite de
segunda-feira, 14/09, na Unisul Campus Tubarão, transformou-se em um encontro
em que as expressões literárias da obra se cruzaram com o canto fúnebre de um
rio que pede socorro. “Precisamos querer o rio e lutar por ele”, sugeriu o
empresário Genésio Antônio Mendes. “E devemos começar pela sua higienização”,
completou o médico Arary Cardozo Bittencourt.
A
obra, que reuniu escritores, professores, profissionais liberais, empresários
na véspera do feriado na Unisul, é capaz de acordar Tubarão diante da
enfermidade do Rio, acredita a professora Amaline Mussi, organizadora do livro.
Em seu discurso no lançamento, Amaline, que deve assumir uma cadeira da
Academia Tubaronense de Letras, poetizou o rio e magnetizou a plateia.
-
Ah, meu Rio Tubarão, milagreiro.... que te quero bem...... E a vida em ti e a
que lembro em reminiscências que aguam a infância.... As águas da infância que
não me trouxeram, mas não me levaram. lições do Rio..... o rio e o velho...o
garoto e o rio... a sereia dourada..... os pés de caniço”.
O
presidente da Academia Tubaronense de Letras, Pedro Corrêa, mostrou que a
entidade, aos 15 anos, já adquire maturidade e que a parceria com a Editora
Unisul sinaliza para o valor que conquista perante a sociedade.
“O
rio precisa de gesto de amor”, disse o reitor da Unisul Sebastião Salésio
Herdt, que enfatizou o entrelaçamento com os afluentes que formam a grande
correnteza. “São os sentimentos vividos que traduzem a história”, argumentou
Salésio, para quem a Unisul tem o compromisso de valorizar a história, a região
e as produções culturais que enriquecem a sociedade.
O
livro, produzido pela Editora Unisul, é constituído de 36 poemas e prosas que
resgatam histórias, revelam seu amor ao curso de água que corta a região e
desemboca em Laguna. “A chegada da canoa trazia a jovem para outra realidade: a
peripécia da travessia que iniciava com o subir na canoa ao sabor do rio”,
descreve a professora Albertino Felisbino. “Sinto que escrever sobre o rio é
tecer num tear de águas; é escrita líquida que entrelaça as palavras às imagens
da memória”, expressa a professora Jussara Bittencourt de Sá.
-
Nas primeiras vezes nem nadar eu sabia. Aprendi agarrado ao beirado da balsa,
nas suas incansáveis travessias, lembra o escritor Miguel Fernandes Alves.
Márcio
José Dal-Bó conversa com o rio, que lhe responde reclamando da forma como as
pessoas o veem, invisível. E Paula Volpato Wronski vai mais adiante: “o nosso
rio é um condutor de mágoas, de tristezas, de saudade e de melancolia”. Guido
Olavio May conclama: “o Rio Tubarão merece ser recuperado, preservado, tratado
e respeitado, pelo que se constata, todo o esforço caminha nesse sentido; quem
viver verá”.
O
livro “Rio Tubarão – no curso d’alma –, de 170 páginas, está à venda nas
livrarias da cidade.
Fonte: Cilene Macedo
0 comentários: