Empreendimento eólico é detalhado a prefeitos, na AMUREL

Prefeitos e representantes dos municípios de Tubarão, Laguna, Capivari de Baixo, Pescaria Brava e Jaguaruna reuniram-se hoje na sede da AMUREL, em Tubarão, para conhecer mais detalhes do projeto de implantação de parques eólicos na região, o que poderá ocorrer em futuro breve. A reunião, marcada pelo prefeito de Laguna Everaldo dos Santos contou com a presença do empresário Léo Fredi Riffel, do Grupo Open, que há anos vem desenvolvendo pesquisas sobre as características dos ventos da região e que culminaram na elaboração do projeto. O grupo vai participar das próximas licitações públicas (leilões) para este tipo de empreendimento. Os próximos leilões acontecem em novembro deste ano, janeiro e maio de 2016. O grupo pretende obter financiamento de aproximadamente 70% do valor a ser investido junto ao BNDES e o restante será de recursos próprios e parcerias empresariais, incluindo a Celesc, segundo Riffel. O investimento, de acordo com o empresário, deve atingir R$ 800 milhões.

Etapas


O grupo definiu o projeto em duas etapas: a primeira prevê a implantação de 65 torres eólicas a ser implantadas em duas propriedades em Laguna que pertencem ao grupo e somam cerca de 1,5 mil hectares de terra; uma, na margem esquerda do Rio Tubarão, abrigará 28 torres; outra, na margem direita terá 37 torres, cada qual, com capacidade geradora de 2,1 megawatts. “Nesta primeira etapa acreditamos que criaremos cerca de 700 empregos diretos. Depois de tudo instalado e os parque estarem em funcionamento, nossa estimativa é de oferecermos 150 empregos, que são vagas bem mais técnicas", disse o empresário.
Concluída a primeira etapa os empresários vão buscar a ampliação do projeto e neste caso outros dois parques seriam implantados, também no território de Laguna, sendo que um deles também atingiria o município de Jaguaruna. Os quatro parques poderão chegar a uma capacidade de geração de aproximadamente 200 megawats de energia.

Obras de infraestrutura


Além das dificuldades naturais de acesso aos locais que vão receber as torres eólicas há outro fator que dificulta a execução do projeto: a falta de infraestrutura básica, como estradas e pontes. O grupo empresarial planejou duas alternativas para cada um dos parques para fazer o transporte das longas hélices das torres, dos equipamentos que chegam a pesar 80 toneladas, cada peça, e para o trânsito diário de máquinas e veículos. “Nós estamos pensando em alternativas que sejam do interesse de todos: nosso, dos municípios e dos cidadãos, alternativas que, além de facilitar a implantação do projeto melhorem a vida das pessoas, especialmente na questão da mobilidade”, revelou Leo Riffel.
Entre as necessidades levantadas estão a construção de uma estrada na margem esquerda do rio, ligando o centro de Capivari de Baixo e a Madre (Laguna). A estrada, que deverá ter cerca de 12km de extensão poderá ser até de chão batido, mas deverá ter uma boa largura. Outras três obras são: uma ponte sobre o Rio Tubarão ligando as duas Madres (Laguna e Tubarão), cujo projeto inclusive já está confeccionado com suporte técnico da AMUREL, e outra ponte sobre o Rio da Madre. O empresário também adiantou que será preciso pavimentar a estrada que liga a BR-101 à Madre de Laguna, que atravessa as localidades de Parobé, Ribeirão Pequeno e Ribeirão Grande, e termina justamente na Madre.

AMUREL vai elaborar documento para entregar ao governador Colombo
A AMUREL ficou incumbida de elaborar o documento descrevendo os detalhes das obras de infraestrutura pleiteadas para que o mesmo seja entregue ao governado Raimundo Colombo, que será convidado a vir até a AMUREL conhecer o projeto e as demandas da região. “A partir de segunda-feira já começaremos a trabalhar nisso para que a audiência com o governador possa acontecer o mais breve possível”, garantiu o diretor executivo da AMUREL, Celso Heidemann.
Léo Riffel diz que quanto mais barato for o custo total do empreendimento, mais competitivo ficará o projeto para concorrer com outros empreendimentos, principalmente do Nordeste. “Nosso fator capacidade, que é uma expressão usada para medir o potencial eólico, fica entre 40% a 45%, enquanto no Nordeste este índice ultrapassa os 50%. Então, na prática significa dizer que com os mesmos recursos investidos aqui, o Nordeste é capaz de produzir mais do que na nossa região. Mas, se tivermos um custo de implantação e operacional menor, teremos mais chances de competir. Este aspecto já foi mais decisivo, hoje não é mais tanto”, disse Riffel.
Além do prefeito de Laguna estavam presentes os prefeitos de Tubarão, Olávio Falchetti, de Jaguaruna Luiz Napoli, e de Pescaria Brava, Antônio Honorato, que convidou o empresário a visitar seu município, pois acredita que Pescaria e Imaruí também têm potencial eólico e poderiam eventualmente virem a receber investimentos para o mesmo fim. Capivari de Baixo foi representado pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável, Atamir Alves.

Fonte: Álvaro Dalmagro

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