Um juiz argentino reduziu a pena de um pedófilo sob a alegação de que a
vítima, de 6 anos, já tinha orientação homossexual e, como havia sido alvo de
abuso de outro violador, esse segundo caso “não era tão ultrajante” e não
justificaria uma agravante. A decisão do magistrado de segunda instância
Horacio Piombo o colocou sob ameaça de cassação de organizações jurídicas e
associações LGBT. Ele defendeu, porém, a sentença. “A decisão é técnica. O
réu não merecia a agravante pedida, pois a vítima não tinha sido violada pela
primeira vez”, disse à Rádio La Red. Em sua sentença, o juiz escreveu que o
menino “estava habituado a situações de travestismo”. “Não pode ser ultrajado
alguém cuja orientação sexual está definida.” Juiz Horacio Piombo reduziu a
pena de um pedófilo sob a alegação de que a vítima, de 6 anos, já tinha
orientação homossexual Ao baixar a pena de 6 anos para 3 anos e 2 meses
do condenado, Mario Tolosa, dirigente de um clube de futebol da região
metropolitana de Buenos Aires, foi solto. Ele vive a quatro quarteirões da
família da vítima, que hoje tem 11 anos. A aproximação ocorreu quando ele se
ofereceu para dar carona ao menino, que treinava no clube Florida. Segundo a
vítima, o homem deu à vítima 2 pesos (R$ 0,67). Haverá recurso da decisão na
Suprema Corte da Província de Buenos Aires. A outra rádio, a Vorterix, o juiz
queixou-se de perseguição política por outras decisões. Em 2011, ele reduziu
pela metade a pena de um pastor que havia violado duas adolescentes, a quem
prometia salvação se tivessem relação sexual com ele. O juiz argumentou em sua
decisão que as meninas viviam em lugar pobre, onde as relações sexuais começam
mais cedo.nPiombo é alvo de um processo de cassação por isso. “É a ideologia
dele, não é uma decisão causal. Há muita garantia para delinquente, pouca para
as vítimas”, disse o advogado Julio Torrada ao Estadoque trabalha
na cassação do juiz e de outro magistrado ligado ao caso.
Por Rodrigo Cavalheiro | Estadão
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