Sem poder bloquear a BR-101 na ponte sobre o Canal de Laranjeiras, em
Laguna, por conta de uma liminar da 1ª Vara Federal de Laguna, alguns grupos
sindicais que protestam contra a PL 4330 usaram a criatividade para chamar a
atenção da população na tarde de quinta-feira. Eles usaram um caixão funerário
para fazer um enterro simbólico dos deputados federais que votaram a favor da
chamada terceirização, especialmente Ronaldo Benedet e Edinho Bez de Oliveira,
os principais alvos da manifestação. Esse protesto na véspera do Dia do Trabalho foi antecipado por opção
das lideranças de entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a
União Geral dos Trabalhadores de Santa Catarina (UGT) e sindicatos de diversas
categorias do Sul do Estado. Nesta sexta-feira, dia 1º de maio, estão
confirmadas ações semelhantes em todo o país. Antes do meio-dia, os primeiros
manifestantes começaram a se concentrar no acostamento da BR-101, no sentido
sul-norte, nas imediações do Restaurante Laguna. A Polícia Rodoviária
Federal (PRF) já acompanhava a movimentação e aguardava a oficial de Justiça
para cumprir a determinação da liminar que impedia o fechamento da rodovia.
Seguindo os ritos jurídicos, a oficial leu em voz alta o conteúdo do documento,
mas o discurso foi em vão: os manifestantes cantavam e gritavam, sem se
importar com a mensagem. Na prática, a determinação judicial foi obedecida sem
a ocorrência de discussões. Como a liminar impedia que os manifestantes
permanecessem até mesmo no acostamento, eles se organizaram e ficaram sobre os
trilhos da Ferrovia Tereza Cristina (FTC), onde deram continuidade ao protesto.
O símbolo maior desse acontecimento foi um caixão fúnebre com cartazes dos
deputados federais Edinho Bez e Ronaldo Benedet, ambos do PMDB, considerados
pelo movimento sindical como dois dos principais vilões do projeto de lei que
regulamenta a terceirização de empregos no Brasil.O auge do protesto
surpreendeu os motoristas que passavam pela ponte no Canal de Laranjeiras. Os
manifestantes pegaram o caixão pelas alças e fizeram um cortejo fúnebre, sempre
pelos trilhos, para o sepultamento simbólico. Foi o momento mais descontraído
do ato. O presidente do Sindicato da Alimentação de Criciúma e Região, Célio
Elias, se vestiu até de padre franciscano para comandar o “velório e enterro”. Bem
no meio da ponte, os manifestantes largaram o caixão e prestaram as últimas
“homenagens” nada respeitáveis aos dois deputados. Depois do caixão ser
incendiado, bem sobre os trilhos, o protesto foi finalizado. Durante todo esse percurso vários motoristas
faziam buzinaço como forma de demonstrar solidariedade ao movimento. De acordo
com o presidente do Sindicato dos Bancários de Criciúma e Região, Edgar
Generoso, a manifestação foi bastante positiva. “Chamamos a atenção das
pessoas. Nossa esperança é que essa PL 4330 seja derrubada, pois ela só trará
prejuízos aos trabalhadores brasileiros”, explicou. Por conta desse velório e enterro curiosos o
tráfego na ponte ficou lento e houve formação de filas de dois quilômetros nos
dois sentidos da BR-101.
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