Em 192 páginas, papa Francisco celebra meio ambiente

Papa Francisco iniciando sua encíclica com o santo de quem emprestou o nome. Laudato Sii (ou, em português, Louvado Seja, teve o conteúdo antecipado pela revista italiana "L'espresso" nesta segunda-feira (15). A encíclica é considerada a primeira, de fato, de autoria de Francisco - já que a Lumen Fidei, de julho de 2013, havia sido iniciada por Bento XVI. "É, portanto, a encíclica que será programática, ou seja, deve mostrar os caminhos de seu papado", analisa o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor de Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Conforme especialistas já antecipavam, o conteúdo do documento papal é voltado à importância dos cuidados com o meio ambiente. "Um tema muito atual, como costumam ser os documentos papais de cunho social", explica Altemeyer.
Esta é a 298º encíclica da História da Igreja Católica - e a primeira que traz a ecologia como ponto central. Papa Francisco dividiu sua carta em uma introdução, seis capítulos e duas orações finais - 192 páginas, no total. Oficialmente, o Vaticano irá divulgar o documento na quinta (18).

Aquecimento é causado pela atividade humana, diz rascunho de encíclica papal
O aquecimento global é causado principalmente pela atividade humana e representa uma grande ameaça à vida no planeta, diz o rascunho da encíclica papal "Laudato Si" (Louvado seja, em português), divulgada pela revista italiana L'Espresso nesta segunda-feira (15). A versão oficial do texto será divulgada nesta quinta-feira (18).
O texto é uma circular papal dirigida aos bispos de todo o mundo e, por meio deles, a todos os fiéis. Esta é a primeira carta papal do gênero escrita integralmente por Francisco.
No rascunho, o papa Francisco escreve sobre "um consenso científico muito consistente de que estamos na presença de um aquecimento alarmante do sistema climático". O pontífice também teria escrito que é "urgente" a necessidade de reduzir o uso de combustíveis fósseis.
Embora reconhecendo que as causas naturais, incluindo a atividade vulcânica, desempenham um papel na mudança climática, o papa teria escrito que "numerosos estudos científicos indicam que a maior parte do aquecimento global nas últimas décadas é devido à grande concentração de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, metano, óxido de nitrogênio, entre outros) emitidos sobre tudo devido à atividade humana".
O papa escreveu ainda que há uma necessidade "urgente e convincente" para políticas que reduzam as emissões de carbono, entre outras formas, pela "substituição de combustíveis fósseis para desenvolver fontes de energia renovável".

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