Pedro Simon e a atual conjuntura política e econômica

Com um relato resumido de sua trajetória política, iniciada em 1958, em Caxias do Sul, a uma reflexão do atual conjuntura política e econômica do país, o octagenário ex-senador Pedro Simon (RS) encerrou ao meio-dia de hoje (20) o 13º Congresso Catarinense de Municípios, promovido pela Federação Catarinense de Municípios – Fecam e pelas associações de municípios. Simon fez um paralelo com a atual situação do Brasil e disse que para ele, este é o pior momento que já viveu. "Estamos em um momento da vida brasileira que não estamos do lado do governo, nem da oposição, nem da igreja, nem do lado do exército, nem do lado de coisa nenhuma. Estamos no vazio", definiu. No entanto, Simon vê com bons olhos as manifestações populares que vêm ocorrendo com a presença de mais de dois milhões de pessoas nas ruas, de forma pacífica, sem máscaras e sem armas, buscando debater e discutir o futuro do país. "É impressionante, nós não somos mais escravos da mídia de ninguém, vão se formando redes e então milhões se juntam para reivindicar melhorias. Isso sem nenhum partido por trás, apenas da vontade do povo", afirma. Ele acredita que é preciso sim ir para rua e fazer um movimento de esperança. "Precisamos nos dar as mãos e darmos um jeito no Brasil", finaliza.
Pedro Simon - Natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Simon tem 85 anos e encerrou seu quarto mandato no Senado, no dia 31 de janeiro de 2015, completando 61 anos de vida pública e 32 de Senado. Advogado e professor universitário, estreou na política em 1958 em sua cidade natal, elegendo-se vereador pelo PTB. Foi deputado estadual durante 16 anos e, como presidente do MDB gaúcho, organizou a oposição ao regime militar. No plano nacional, como um dos líderes do PMDB, coordenou a campanha das "Diretas, Já" e percorreu o Brasil com Teotônio Vilela promovendo a luta pela anistia. Como governador do Rio Grande do Sul (1987-90), implantou eleição direta para diretores de escolas. Como ministro da Agricultura do Governo Sarney, indicado por Tancredo Neves, lançou um programa de cisternas contra a seca no Nordeste e reforçou o papel do ministério na defesa de preços mínimos justos para produtos agrícolas. Como senador, participou de todas as principais Comissões Parlamentares de Inquérito do Congresso, com especial destaque para quatro: as CPIs sobre PC Farias (que levou ao impeachment de Collor), a dos "Anões do Orçamento", a da Reforma do Judicário (que levou à cassação de Luiz Estevão) e a do Sistema Financeiro. Como líder do Governo Itamar Franco, no Senado, articulou a aprovação do Plano Real no Congresso, que estabeleceu as bases da estabilidade financeira.


Congresso Catarinense de Municípios - O tema principal do Congresso foi "A Agenda de Revisão Constitucional do Sistema Federativo", aprofundando o debate em torno da necessidade das reformas política, tributária e administrativa, que incluem a concentração das receitas na União e a descentralização administrativa aos municípios. Promovido pela Federação Catarinense de Municípios - Fecam e Associações de Municípios de Santa Catarina, com realização da Escola de Gestão Pública Municipal - Egem, o evento reúne prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais, executivos das Associações de Municípios, agentes políticos estaduais e federais, diretores, dirigentes de instituições públicas e privadas, empresários e expositores.


Participação da AMUREL - O diretor executivo da Associação de Municípios da Região de Laguna Celso Heidemann participou de todas as palestras ocorridas nos três dias de evento (exceto às que aconteceram concomitantemente em sala ao lado, voltadas às mulheres). Prefeitos, secretários municipais, vereadores e servidores municipais participaram do congresso, parcialmente ou integralmente. A pauta deste ano foi intensa e com temas polêmicos e importantes. “Não tenho nenhuma dúvida que quem foi ao congresso deste ano saiu de lá mudado na forma de pensar e de agir, em relação a várias coisas ligadas à vida pública. Cada palestra ou debate representa um tijolo na construção de uma consciência madura e moderna em relação ao comportamento que devemos ter na vida pública”, diz o diretor executivo da AMUREL.


Fonte Álvaro Dalmagro

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