Vistoria técnica na área de deslizamento da SC 390 que liga os municípios de Orleans e Pedras Grandes em Santa Catarina. A área está interditada.

Em anexo material acerca da posição da Defesa Civil, através das Coordenadorias Regionais de Criciúma e Tubarão, pela interdição da Rodovia Serra Mar em Orleans, devido a situação de alto risco para os usuários da rodovia, que podem ser atingidos, a qualquer momento, por deslizamento de terra ou rocha.

O local é instável, não oferece segurança aos usuários. O DEINFRA já realizou a interdição com barreiras, mas populares desobstruíram a rodovia para continuar o tráfego.

É preciso consciência da população para que não transitem no local e entendam a orientação da Defesa Civil acerca do risco eminente. Revela Rosinei da Silveira sobre a necessidade de uma cultura de percepção de risco.

Ação: Vistoria em área taludada na SC 390
Município: Pedras Grandes e Orleans
Equipe:
Anderson Martins Cardoso  - Coordenadoria Regional da Defesa Civil Tubarão
Rosinei da Siveira - Coordenadoria Regional da Defesa Civil Criciúma
Geologa Eliane dos Santos – AMUREL
Ação: Vistoria em área taludada na SC 390
Município: Pedras Grandes e Orleans
Equipe:
Anderson Martins Cardoso  - Coordenadoria Regional da Defesa Civil Tubarão
Rosinei da Siveira - Coordenadoria Regional da Defesa Civil Criciúma
Geologa Eliane dos Santos – AMUREL
Em 16.10.2015, por solicitação Da AMUREL e do Coordenador Regional de Defesa Civil, Anderson Martins Cardoso, foi agendada vistoria na área localizada na SC 390, entre os municípios de Pedras Grandes e Orleans para verificar os deslizamentos em taludes que foram implantados em um corte de estrada quando da construção da SC 390.

Foram identificadas várias feições de instabilidade nos taludes tais como: erosão pronunciada da frente dos taludes provocada pela falta de cobertura vegetal e também devido ao ângulo de inclinação dos taludes, assoreamento das canaletas devido a condução de material alterado com a água pluvial nas calhas mal dimensionadas entre os taludes e as bermas, intersecção das calhas devido ao assoreamento e espalhamento do material alterado sobre as bermas, instalação de poucas estruturas de dissipação que cumprem a função de diminuir a velocidade de escoamento das águas pluviais na frente do talude.
A ocorrência de rochas de competência diferente, como o granito que forma os primeiros taludes, com a rocha diabásio, presente no ultimo talude na porção superior, gera uma instabilidade e ponto de fraqueza em parte da estrutura. O diabásio, por ser fraturado, favorece uma maior infiltração da água pluvial. Em períodos de chuva intensa e contínua, como o que ocorre no momento, esta água desagrega os blocos soltando-os. Estes ao perder a frágil estabilidade, deslizam por gravidade para os patamares inferiores arrastando parte do material granítico desagregado e parte da vegetação das cotas superiores.

A perda da estabilidade é contínua e agravada pelo aporte constante de água na frente do talude, pois as canaletas implantadas na porção superior do talude na área de mato, não exercem a função de escoar a água e conduzi-la para pontos mais baixos de maneira segura. Estas canaletas não são profundas o suficiente para escoar  a água, e em muitos trechos estão interrompidas e assoreadas por material  e também por vegetação foliar. Estas calhas também não foram impermeabilizadas de modo a garantir que não ocorra infiltração.

Foram identificadas na área da mata e também em alguns taludes rachaduras demonstrando que ocorre movimentação do terreno natural e também no terreno com reconformação de relevo (taludes e bermas). Estas rachaduras tendem a aumentar instabilizando aquela porção do terreno onde se instalaram até o desprendimento total da massa rochosa que irá deslizar por gravidade.
Ação: Vistoria em área taludada na SC 390 - Pedras Grandes e Orleans
Equipe: Anderson Martins Cardoso  - Coordenadoria Regional da Defesa Civil Tubarão
Rosinei da Siveira - Coordenadoria Regional da Defesa Civil Criciúma, Geologa Eliane dos Santos – AMUREL


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DESCOBRINDO NOVO OLHAR: A CULTURA DE PERCEPÇÃODE RISCOS POR UMA NOVA INTERVENÇÃO NO PLANETA
Caro Leitor! Estamos vivendo um momento em que se faz necessário cada
vez mais uma mobilização em prol de uma  mudança de percepção: de uma cultura
centrada na resposta aos desastres, para uma cultura de prevenção.
O momento histórico de nossa humanidade nos clama a uma descoberta deum novo olhar sobre nossas relações com o meio em que vivemos, com a natureza, com a ocupação do espaço, com as pessoas que vivemos, principalmente nas relações que imprimimos na urbanização e usufruto do solo. É perceptível que nosso planeta vem experimentando uma situação sofrível, provocada por um modelo de desenvolvimento adotado pelos Estados que vem provocando a devastação da natureza e o consumo desenfreado. 

A Terra está dando seu grito, como é perceptível nos últimos eventos registrados   por   tempestades,   furacões,   enchentes,   tsunamis,   terremotos,   estiagens, inundações, deslizamentos, incêndios, ondas de calor e de frio, entre outros. E este grito da Terra vem provocando medo e destruição deixando vidas humanas em condições cada vez mais desfavoráveis ao seu pleno viver. Então, diante dos mais variáveis registros de catástrofes, em cenários muitas vezes      vulneráveis,   o   momento   nos   conduz   a   acreditar   que   o   problema   central encontra-se   em   duas  percepções:  as   constantes   mudanças   climáticas   e os   padrões insustentáveis de produção econômica. O tempo urge e se faz necessário mudanças no nosso viver e pensar. Faz-se necessário uma verdadeira transformação ética, no sentido de registrar que todos temos responsabilidades, diante de tanta perda de vidas humanas e de recursos ambientais. Está  mais  do  que na  hora  de promovermos  uma   cultura de  prevenção, criando ações para diminuir as vulnerabilidades de cenários quando da ocorrência de desastres. E esta mitigação das ameaças e das vulnerabilidades em um cenário consiste numa  intervenção  humana   consciente.   

Isto  é  possível,   principalmente   quando   as comunidades são invocadas ao mundo do conhecimento e à cultura de um sistema de alertas. Assim, promovermos uma cultura de percepção de riscos é invertermos a reta que indica que o planeta está se encaminhando para um colapso. Pessoas mais conscientes de sua vivência e ambiência, são sujeitos de uma nova interferência humana no planeta, aquela em que se orienta pela preservação da vida humana. Por isso é que esta cultura vem nos traz a mensagem de que a percepção de riscos caracteriza-se por uma mudança de olhar sobre o planeta, é uma garantia de vida e sustentabilidade, que deve ter em seu bojo a noção de viabilidade política aos Estados e educação em massa às comunidades.
Refletimos todos juntos sobre nossa existência, experiência e que tipo de ambiente desejamos para nós e para os filhos de nossos filhos! Fiquem atentos! Viver ainda é possível

RELATÓRIO SITUACIONAL – COREDEC CRICIÚMA
Acerca da situação da Rodovia SC 390, trecho localizado no município de Orleans, entre as localidades de Pindotiba, Santa Clara e 92, Temos a informar o seguinte:Em 16 de outubro de 2015, acompanhamos o Coordenador Regional da Defesa Civil de Tubarão, Anderson Martins, e a Geóloga Eliane Dos Santos, no intuito de vistoriar área taludada na SC 390, conhecida como “Rodovia Serra Mar”, no município de Orleans, localidade de 92 e Santa Clara.
Na oportunidade, foram identificados muitos sinais de instabilidade do terreno, provocados por extração da vegetação, canaletas com dimensões insuficientes para a drenagem necessária no local, assoreamento destas canaletas, alta declividade dos taludes, movimentação do terreno na área coberta por vegetação, e instabilidade provocada pelo encontro de duas rochas diferentes, diabásio e granito, conforme relatório de vistoria técnica de geologia, em anexo.
Da referida vistoria resultou a indicação da Geóloga Eliane dos Santos, CREA 014675-0, para a interdição da Rodovia SC 390, “como medida urgente e necessária”, conforme relatório em anexo, até que se concluam as obras de recuperação e estabilização do terreno. Em 22 de outubro de 2015, novamente comparecemos no local indicado acima, depois de recebermos notícias de deslizamento de terra e interrupção do tráfego na SC 390, em Orleans/SC, o que se confirmou (fotos em anexo). Na oportunidade, conhecemos um segundo ponto de deslizamento de terra e rocha, desta vez na localidade de Pindotiba, próximo do local indicado acima, ainda no município de Orleans/SC (fotos em anexo). 

Fatos que confirmam a indicação de perigo por risco de deslizamento de terra e rocha, o que tende a provocar algum acidente ou desastre com os usuários da via. Constatamos que a Prefeitura Municipal fez a limpeza nos locais retirando terra e rocha e abrindo o tráfego. Contatamos o Secretário de Infraestrutura do Município, o Coordenador Municipal da Defesa Civil e o Prefeito Municipal, quando relatamos a situação de alto risco no local, a avaliação da Geóloga, a constatação do novo ponto de risco (Pindotiba) e a indicação para interdição da via. Diante de tudo que observamos e avaliamos, manifestamo-nos À FAVOR DA INDICAÇÃO DA GEÓLOGA PELA INTERDIÇÃO DA RODOVIA SC 390, Rodovia “Serra Mar”, nos pontos entre Pindotiba, Santa Clara e 92, município de Orleans, interrompendo o tráfego no local a fim de garantir a segurança dos usuários, até que os responsáveis possam realizar as obras de estabilização do terreno nos locais indicados neste relatório e eliminando as situações de risco já relatadas. Como o DEINFRA, órgão gestor da obra não se manifestou pelos contatos realizados, a Prefeitura Municipal de Orleans ficou de providenciar as medidas necessárias para a sinalização na via e interdição do tráfego pelo local. Segue relatório fotográfico da situação descrita: Vistoria em 16-10-2015, com a presença da Geóloga Eliane Dos Santos: Em 22 de outubro de 2015, após os deslizamentos: Localidade de Pindotiba/Orleans-SC. Localidades de 92 e Santa Clara/Orleans-SC:

DESCOBRINDO NOVO OLHAR: A CULTURA DE PERCEPÇÃO DE RISCOS POR UMA NOVA INTERVENÇÃO NO PLANETA

Estamos vivendo um momento em que se faz necessário cada vez mais uma mobilização em prol de uma mudança de percepção: de uma cultura centrada na resposta aos desastres, para uma cultura de prevenção.
O momento histórico de nossa humanidade nos clama a uma descoberta de um novo olhar sobre nossas relações com o meio em que vivemos, com a natureza, com a ocupação do espaço, com as pessoas que vivemos, principalmente nas relações que imprimimos na urbanização e usufruto do solo. É perceptível que nosso planeta vem experimentando uma situação sofrível, provocada por um modelo de desenvolvimento adotado pelos Estados que vem provocando a devastação da natureza e o consumo desenfreado. A Terra está dando seu grito, como é perceptível nos últimos eventos registrados por tempestades, furacões, enchentes, tsunamis, terremotos, estiagens, inundações, deslizamentos, incêndios, ondas de calor e de frio, entre outros. E este grito da Terra vem provocando medo e destruição deixando vidas humanas em condições cada vez mais desfavoráveis ao seu pleno viver. Então, diante dos mais variáveis registros de catástrofes, em cenários muitas vezes já vulneráveis, o momento nos conduz a acreditar que o problema central encontra-se em duas percepções: as constantes mudanças climáticas e os padrões insustentáveis de produção econômica. O tempo urge e se faz necessárias mudanças no nosso viver e pensar. Faz-se necessário uma verdadeira transformação ética, no sentido de registrar que todos nós temos responsabilidades, diante de tanta perda de vidas humanas e de recursos ambientais. Está mais do que na hora de promovermos uma cultura de prevenção, criando ações para diminuir as vulnerabilidades de cenários quando da ocorrência de desastres. E esta mitigação das ameaças e das vulnerabilidades em um cenário consiste numa intervenção humana consciente. Isto é possível, principalmente quando as comunidades são invocadas ao mundo do conhecimento e à cultura de um sistema de alertas. 

Assim, promovermos uma cultura de percepção de riscos é invertermos a reta que indica que o planeta está se encaminhando para um colapso. Pessoas mais conscientes de sua vivência e ambiência, são sujeitos de uma nova interferência humana no planeta, aquela em que se orienta pela preservação da vida humana. Por isso é que esta cultura vem nos traz a mensagem de que a percepção de riscos caracteriza-se por uma mudança de olhar sobre o planeta, é uma garantia de vida e sustentabilidade, que deve ter em seu bojo a noção de viabilidade política aos Estados e educação em massa às comunidades.
Refletimos todos juntos sobre nossa existência, experiência e que tipo de ambiente desejamos para nós e para os filhos de nossos filhos! Fiquem atentos! Viver ainda é possível.
Prof. Rosinei Da Silveira, Ms (c). Agente de Polícia Civil - Coordenador Regional da Defesa Civil/Região de Criciúma-SC
Arquivo Digital: Luiz Fernando Plácido da Silveira.  

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