Laguna receberá uma Unidade de Estabilização para atendimento a animais marinhos

Um programa pioneiro no litoral sul de Santa Catarina, e também no Brasil, poderá reunir informações valiosas para novas descobertas sobre a vida de animais marinhos e a influência de fatores externos que ocasionam suas mortes. O Programa de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos – PMPBS é uma condicionante do Insituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - Ibama para exploração do petróleo e gás natural na Bacia de Santos e começou a ser realizado, diariamente, em onze praias de Laguna e Imbituba.
A apresentação do programa foi realizada nesta quinta-feira (1º), em Laguna, aos representantes do Governo Municipal, Marinha, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Secretaria de Obras, Fatma, Flama e 19ª SDR. 

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Em Imbituba, a reunião aconteceu hoje (2), também com a Polícia Militar, Bombeiros e Prefeitura.
O monitoramento nesta região totaliza um percurso de aproximadamente 55 quilômetros e inclui o registro e coleta de aves, quelônios (tartarugas) e mamíferos marinhos encontrados mortos ou machucados, para sua posterior estabilização e reabilitação. O objetivo é avaliar a interferência da atividade de exploração e produção no Pólo Pré-sal da Bacia de Santos sobre esses animais.
A exigência do Ibama é muito mais abrangente e inclui monitorar o extensão litorânea entre Ubatuba (SP) e Laguna (SC). Aqui, a instituição responsável pelo trabalho é a Universidade Estadual de Santa Catarina - Udesc, contratada pela Universidade do Vale do Itajaí - Univali, coordenadora geral do programa.
De acordo com o coordenador do programa em Laguna, o professor da Udesc e doutor Pedro Castilho, esse é o maior programa de monitoramento feito de forma sistemática em todo o mundo.
A Udesc, através do Laboratório de Zoologia, coordena uma equipe formada por técnicos e monitores de campo, que há um mês, já estão realizando o monitoramento das praias compreendias entre o canal dos Molhes da Barra até a Praia da Luz, em Imbituba.
“Alguns trechos serão realizados por monitores locais, outros de veículo e algumas praias mais movimentadas de quadriciclo ou por acionamento”, explica Castilho.
A equipe conta com veterinários, biólogos, oceanógrafos, engenheiros de pesca, estagiários, além de gestores que coordenam o grupo. Equipados com aparelhos de GPS, os técnicos e monitores enviam, diariamente, dados de campo e praias percorridas.
O Projeto Baleia Franca coordenará o programa em duas praias de Imbituba (Vermelha e Rosa) até a Praia da Silveira, em Garopaba.
Espaço para atendimento à fauna marinha
Para desenvolvimento deste trabalho será construída uma Unidade de Estabilização, numa área doada pela prefeitura à Udesc, localizada no loteamento Laguna Internacional.
Essa unidade terá como função realizar a estabilização de fauna marinha para posterior encaminhamento ao Centro de Reabilitação mais próximo (Florianópolis). Terá capacidade disponível de atendimento, para realização de necropsia dos animais que vierem a óbito ou das carcaças que forem coletadas.
Ao todo será estruturada uma rede de atendimento a fauna marinha nos Estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo composta por 5 (cinco) Centros de Reabilitação e Despetrolização, 5 (cinco) Unidades de Estabilização e 3 (três) Bases de Apoio.
Como a população pode ajudar?

Todos os animais encontrados mortos ou machucados nas praias são importantes fontes de pesquisa. A população pode colaborar com o programa, quando encontrar animais nestas situações, e entrar em contato por telefone pelo número: 0800-642-33-41. A ligação será direcionada à equipe local para o resgaste.
O mesmo pode ser feito em casos que forem encontrados animais vivos, mas que estejam fora de seu habitat. A equipe também monitora nessas situações.
Quais os benefícios e legado do programa?
Esse programa proporcionará através das atividades de monitoramento e resgate, a estruturação da rede de atendimento a fauna marinha, atendimento veterinário para reabilitação, soltura, necropsia de aves, quelônios e mamíferos marinhos e o desenvolvimento e implantação do Sistema de Gerenciamento de Dados. Além disso, oferecerá um espaço dedicado à educação e sensibilização ambiental.
Saiba mais sobre os objetivos específicos do programa:
- Registrar a ocorrência de encalhes de tartarugas e mamíferos marinhos e a arribada de aves marinhas, vivos e mortos, nas praias entre os municípios de Laguna (SC) e Ubatuba (SP);
- Registrar a ocorrência de resíduos e mortalidades anormais de peixes e invertebrados na área monitorada;
- Identificar, sempre que o estado de decomposição da carcaça assim o permitir, a causa mortis das aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através de análises laboratoriais e/ou análises necroscópicas;
- Caracterizar os parâmetros biológicos básicos dos animais (ex. sexo, fase de desenvolvimento), assim como parâmetros sanitários;
- Dar atendimento veterinário às aves, tartarugas e mamíferos marinhos vivos que apareçam debilitados na área monitorada, buscando reabilitá-los e soltura sempre que possível;

- Estabelecer canais de comunicação com a população e os órgãos governamentais na área de monitoramento, para que possam colaborar com o monitoramento.
- Coletar amostras para análises de contaminantes (HPA e elementos traço), biomarcadores e identificação da origem do óleo (fingerprint).
- Desenvolver e implantar o Sistema de Gerenciamento de Dados do PMP;
Contatos:
Coordenador (Pedro Volkmer de Castilho - CRBio 53296-03D): (48) 9181-4685 (Vivo)
Gerente Operacional (Felipe Steiner - CREA 250819426-3): (48) 9116-0264 (Vivo)
PLANTÃO PMP e Laboratório de Zoologia UDESC: (48) 9696-6025 (Tim)
CENTRAL PMP: 0800-642-3341
Fonte: Celso Fernandes 

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