Evangelho
Comentado do Dia 19/10/2015 Segunda-feira 29ª Semana Comum
29ª
Semana do Tempo Comum - 1ª Semana do Saltério
Prefácio
Comum - Ofício do dia
Cor:
Verde - Ano Litúrgico “B” - São Marcos
Antífona:
Salmo 16,6.8 Clamo por vós, meu Deus, porque me atendestes; inclinai vosso
ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas
asas abrigai-me.
Oração
do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao
vosso dispor e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira
Leitura: Carta de São Paulo aos Romanos 4,20-25
Irmãos,
diante da promessa divina, Abraão não duvidou por falta de fé, mas revigorou-se
na fé e deu glória a Deus, convencido de que Deus tem poder para cumprir o que
prometeu. Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça. Afirmando que
a fé lhe foi creditada como justiça, a Escritura visa não só à pessoa de
Abraão, mas também a nós, pois a fé será creditada também a nós que cremos
naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, nosso Senhor. Ele, Jesus, foi
entregue por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para nossa
justificação. - Palavra do Senhor.
Comentário: Em
nosso vocabulário, o verbo "justificar" equivale frequentemente a
"encontrar desculpas" para salvar o nome diante de alguém. Abraão não
procura desculpas. Sua fé impele-o a superar toda incerteza e a tomar decisões
na base única da confiança em Deus. E o terreno mais inseguro na avaliação
humana. o único sólido na ótica da fé. É o terreno sobre o qual Deus pôde
construir continuamente na maior das filhas de Abraão, Maria. Entre tantos
estilhaços de ídolos partidos. talvez estejamos em condições de aceitar com
serenidade uma vida construída, em nossa incerteza, sobre a certeza de Deus.
Até no campo econômico, o "risco calculado" é chave do êxito. No
campo da fé a única segurança é a de Deus, o único gesto verdadeiramente
inteligente é apoiar tudo em Deus. Então a impossibilidade torna-se possível,
como em Maria. (Missal Cotidiano)
Salmo: Lc
1,69-70.71-72.73-75 (R. cf. 68) Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a
seu povo visitou e libertou!
Fez
surgir um poderoso Salvador na casa de Davi, seu servidor, como falara pela
boca de seus santos, os profetas desde os tempos mais antigos.
Para
salvar-nos do poder dos inimigos e da mão de todos quantos nos odeiam. Assim
mostrou misericórdia a nossos pais, recordando a sua santa Aliança.
E
o juramento a Abraão, o nosso pai, de conceder-nos que, libertos do inimigo, a
ele nós sirvamos sem temor em santidade e em justiça diante dele, enquanto
perdurarem nossos dias.
Evangelho
de Jesus Cristo segundo Lucas 12,13-21
Naquele
tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão
que reparta a herança comigo”. Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de
julgar ou de dividir vossos bens?” E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado
contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a
vida de um homem não consiste na abundância de bens”.
E
contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita.
Ele pensava consigo mesmo: ‘Que vou fazer? Não tenho onde guardar minha
colheita’. Então resolveu: ‘Já sei o que vou fazer! Vou derrubar meus celeiros
e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus
bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para
muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco!
Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu
acumulaste?’ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é
rico diante de Deus”. - Palavra da Salvação.
Comentário:
Jesus
deve ter percebido a mentalidade de muitas pessoas exageradamente preocupadas
em adquirir e acumular bens. Se os discípulos desejassem ser fiéis ao Reino,
deveriam precaver-se contra atitudes deste gênero. Daí a preocupação do Mestre
em alertá-los. Tudo, na vida do rico, gira em torno do próprio eu: "meus
celeiros", "meu trigo", "meus bens". Em sua vida, não
existe espaço para Deus e para o próximo. Tudo é pensado em função de sua
satisfação pessoal: "Ó minha alma, descansa, come, bebe, regala-te, pois
tens bens acumulados para muitos anos". Solidariedade, partilha,
misericórdia são palavras banidas de seu vocabulário. Sua avareza impede-o de
sensibilizar-se diante das necessidades do próximo. Todavia, como não somos
feitos só para esta vida, a morte confronta-nos com outra realidade: a vida
eterna. Aqui, só têm valor os gestos de fraternidade, a bondade para com os
excluídos e carentes, a capacidade de fazer-se próximo de quem sofre. Este é o
verdadeiro tesouro a ser acumulado durante a vida terrena. Os bens materiais,
quando partilhados, podem ser instrumentos para adquirir este tesouro eterno.
Acumulá-los significa torná-los infrutíferos, ou seja, inúteis. O discípulo do
Reino, por ter seu coração centrado em Deus e no próximo, sabe ser generoso com
quem necessita de seu ajuda fraterna. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
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