A
Comunidade Católica Shalom terá quatro sacerdotes entre os designados pelo
Vaticano para serem missionários da misericórdia no Jubileu da Misericórdia de
2016. No mundo inteiro, serão mil sacerdotes. Os padres poderão absolver
pecados dos quais apenas à Santa Sé poderia tratar no período da quaresma e em
dias específicos que o bispo local designar. Padre Antonio Furtado, padre
Almeida Neto, padre Livandro Monteiro e padre Denys Lima são os sacerdotes da
Comunidade que estão inclusos na lista. Na Arquidiocese de Fortaleza, também
será missionário da misericórdia o reitor do seminário propedêutico, Padre
Rafhael Maciel.
Entre
os chamados crimes canônicos estão a profanação à Santíssima Eucaristia (por
exemplo, roubar a hóstia consagrada para ritos satânicos), um sacerdote quebrar
o sigilo de confissão ou se um padre absorver o cúmplice no sexto mandamento
(por exemplo, se um padre possui uma amante e a absolve do pecado), agressão
física ao Papa, se algum bispo ordenar outro bispo sem autorização da Santa Sé.
Esses casos são passíveis de excomunhão latente e somente a Santa Sé pode
absolver.
Normalmente,
os sacerdotes que se deparam com um desses pecados na confissão escrevem para o
Supremo Tribunal da Penitenciaria Apostólica (um dos três tribunais da Cúria
Romana) e aguardam a fórmula de absolvição dos pecados e a penitência que
deverá ser cumprida. No caso dos missionários da misericórdia, a absolvição
será logo após o pecado confessado.
O
objetivo do Papa Francisco, expresso na bula Misericordiae Vultus, que proclama
o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, é que todas as pessoas tenham acesso
ao perdão de Deus durante o Ano da Misericórdia. O ano santo será aberto no dia
8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. O Ano Jubilar
terminará na solenidade litúrgica de Jesus Cristo, Rei do Universo, 20 de
Novembro de 2016.
Trecho
da Misericordiae Vultus
Na
Quaresma deste Ano Santo, é minha intenção enviar os Missionários da
Misericórdia. Serão um sinal da solicitude materna da Igreja pelo povo de Deus,
para que entre em profundidade na riqueza deste mistério tão fundamental para a
fé. Serão sacerdotes a quem darei autoridade de perdoar mesmo os pecados
reservados à Sé Apostólica, para que se torne evidente a amplitude do seu
mandato. Serão sobretudo sinal vivo de como o Pai acolhe a todos aqueles que
andam à procura do seu perdão. Serão missionários da misericórdia, porque se
farão, junto de todos, artífices dum encontro cheio de humanidade, fonte de
libertação, rico de responsabilidade para superar os obstáculos e retomar a
vida nova do Batismo. Na sua missão, deixar-se-ão guiar pelas palavras do
Apóstolo: « Deus encerrou a todos na desobediência, para com todos usar de
misericórdia » (Rm 11, 32). Na verdade todos, sem excluir ninguém, estão
chamados a acolher o apelo à misericórdia. Os missionários vivam esta chamada,
sabendo que podem fixar o olhar em Jesus, « Sumo Sacerdote misericordioso e
fiel » (Hb 2, 17).
Peço
aos irmãos bispos que convidem e acolham estes Missionários, para que sejam,
antes de tudo, pregadores convincentes da misericórdia. Organizem-se, nas
dioceses, « missões populares », de modo que estes Missionários sejam
anunciadores da alegria do perdão. Seja-lhes pedido que celebrem o sacramento
da Reconciliação para o povo, para que o tempo de graça, concedido neste Ano
Jubilar, permita a tantos filhos afastados encontrar de novo o caminho para a
casa paterna. Os pastores, especialmente durante o tempo forte da Quaresma,
sejam solícitos em convidar os fiéis a aproximar-se « do trono da graça, a fim
de alcançar misericórdia e encontrar graça » (Hb 4, 16).
Fonte:
Teresa Fernandes
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