Papa Francisco critica genocídio


O papa Francisco utilizou ontem domingo (12) o termo "genocídio" para descrever os massacres de armênios iniciado há um século, o que provocou a reação imediata da Turquia, que convocou o núncio vaticano (representante oficial do Vaticano) em Ancara para exigir explicações. "No século passado, nossa humanidade viveu três grandes tragédias sem precedentes. A primeira, considerada geralmente como 'o primeiro genocídio do século XX', afetou vosso povo armênio, primeira nação cristã, junto com os sírios católicos e ortodoxos, os assírios, os caldeus e os gregos", afirmou o pontífice em uma missa na basílica de São Pedro, ao citar uma declaração conjunta de 2001 assinada por João Paulo II e o patriarca armênio Karekin II, segundo a AFP.Turcos muçulmanos aceitam que muitos armênios cristãos morreram em confrontos com os soldados otomanos no início de 1915, quando a Armênia era parte de um império governado por Istambul, mas negam que centenas de milhares tenham sido mortos e que isso tenha representado um genocídio. Muitos historiadores descrevem os massacres como o primeiro genocídio do século XX, apesar da Turquia negar com veemência a existência de um planejamento por trás dos crimes. A reação das autoridades turcas não demorou: o ministério das Relações Exteriores convocou o representante do Vaticano em Ancara para pedir explicações sobre a referência, informaram os canais "NTV" e "CNN-Turk". O ministro turco das Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu, afirmou que a opinião do papa sobre o genocídio armênio é infundada e está distante da realidade histórica ao referir-se aos massacres de armênios pelas forças otomanas durante a I Guerra Mundial. "As declarações do papa, que estão distantes da realidade histórica e legal, não podem ser aceitas", afirmou Cavusoglu no Twitter, segundo a Reuters. "As autoridades religiosas não devem incitar o ressentimento e o ódio com acusações infundadas", acrescentou.

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