Edinho
Bez – Deputado Federal por Santa Catarina pelo sexto mandato consecutivo
Todos
os dias nos deparamos com novos casos de enriquecimento ilícito envolvendo
agentes públicos e políticos no Brasil. É o caso de se perguntar: será mesmo
inevitável que os grandes escândalos só venham às claras depois de longos anos,
a duras penas, em operações intrincadas que envolvem megainvestigações,
delações e manobras portentosas?
Com
toda a tecnologia de que dispomos atualmente, já não podemos criar um processo
de fiscalização permanente que “corte o mal pela raíz,” como se diz no popular?
Os
fatos têm mostrado o inverso: temos um sistema permeável às falcatruas, um
sistema que viabiliza apropriações indevidas, permite sonegações e fortalece a
corrupção.
Já
é hora de converter os avanços tecnológicos em armas contra a improbidade.
Não
podemos mais admitir que haja brechas para que se usurpe o patrimônio público.
É
preciso, mais do que nunca, moralizar o Brasil.
Quero
crer que o Projeto Herança, deflagrado pela Receita Federal, seja um divisor de
águas: de um lado as turvas e
deterioradas, por onde a corrupção submergia; do outro lado as claras e
transparentes, em que nenhum indício de enriquecimento ilícito consiga passar
despercebido.
Política
não é - ou não deveria ser – canal de
enriquecimento individual ou instrumento que se dobre aos interesses de uns
poucos privilegiados.
Segundo
a Receita, a fiscalização será rigorosa diante de indícios de enriquecimento
ilícito e situação incompatível com a renda e valores declarados ao Fisco.
Haverá
um reforço na busca por patrimônios não declarados ao Fisco, com pesquisas de
registro de aeronaves, embarcações e imóveis de alto luxo.
O
Projeto Herança tem a participação de Auditores Fiscais e Analistas Tributários
que trabalham no Laboratório de Tecnologia contra Lavagem
de Dinheiro, sediado em São Paulo.
Que
a iniciativa seja coroada de êxito, porque já estamos suficientemente
indignados com a falta de escrúpulos de quem deveria trabalhar pelos interesses
do povo.
Ficha
de político não é passagem pelo SPC, que fique bem claro. Lá o sujeito paga e
fica com o nome limpo, é justo.
Agora,
ficha de político tem que ser limpa do começo ao fim.
Sempre
fui ficha limpa e me sinto no direito de exigir que a classe política
brasileira seja cobrada neste sentido.
Termino
este artigo citando não um grande gênio da humanidade, mas cada cidadão e cada
cidadã do nosso País: “chega de roubalheira!”
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